MARINA
“Marina, morena
Marina, você se pintou
Marina, você faça tudo
Mas faça um favor
Não pinte esse rosto que eu gosto
Que eu gosto e que é só meu
Marina, você já é bonita
Com o que Deus lhe deu
Me aborreci, me zanguei já não posso falar
Desculpe, Marina, morena
Mas eu tô de mal
Com você,
De mal com você
De mal com você”
Marina, você se pintou
Marina, você faça tudo
Mas faça um favor
Não pinte esse rosto que eu gosto
Que eu gosto e que é só meu
Marina, você já é bonita
Com o que Deus lhe deu
Me aborreci, me zanguei já não posso falar
Desculpe, Marina, morena
Mas eu tô de mal
Com você,
De mal com você
De mal com você”
ANÁLISE “MARINA” (DORIVAL CAYMMI)
Nessa
canção o autor cultua a mulher amada - que afirma ser dele - com tamanho ardor
quando canta: esse rosto que “é só meu, que é só meu”, pedindo-lhe para não
pintá-lo, pois ela já é bela, em seu natural não precisando assim de algo
artificial. Isso pelo contrário o irrita. Ele não quer nem conversar. Fala da
dificuldade em saber perdoar, quando contrariado. E ainda assim é amável apesar
de magoado.
Percebemos
o enaltecer da mulher em toda a sua obra.
Podemos inferir a escolha do nome da personagem da música (Marina), fazendo uma analogia com o mar, também bastante vivenciado em sua obra.
Podemos inferir a escolha do nome da personagem da música (Marina), fazendo uma analogia com o mar, também bastante vivenciado em sua obra.
O MAR
O mar quando quebra na praia
É bonito, é bonito
O mar... pescador quando sai
Nunca sabe se volta, nem sabe se fica
Quanta gente perdeu seus maridos seus filhos
Nas ondas do mar
O mar quando quebra na praia
É bonito, é bonito
Pedro vivia da pesca
Saia no barco
Seis horas da tarde
Só vinha na hora do sol raiá
Todos gostavam de Pedro
E mais do que todas
Rosinha de Chica
A mais bonitinha
E mais bem feitinha
De todas as mocinha lá do arraiá
Pedro saiu no seu barco
Seis horas da tarde
Passou toda a noite
Não veio na hora do sol raiá
Deram com o corpo de Pedro
Jogado na praia
Roído de peixe
Sem barco sem nada
Num canto bem longe lá do arraiá
Pobre Rosinha de Chica
Que era bonita
Agora parece
Que endoideceu
Vive na beira da praia
Olhando pras ondas
Andando rondando
Dizendo baixinho
Morreu, morreu, morreu, oh...
O mar quando quebra na praia
É bonito, é bonito
O mar... pescador quando sai
Nunca sabe se volta, nem sabe se fica
Quanta gente perdeu seus maridos seus filhos
Nas ondas do mar
O mar quando quebra na praia
É bonito, é bonito
Pedro vivia da pesca
Saia no barco
Seis horas da tarde
Só vinha na hora do sol raiá
Todos gostavam de Pedro
E mais do que todas
Rosinha de Chica
A mais bonitinha
E mais bem feitinha
De todas as mocinha lá do arraiá
Pedro saiu no seu barco
Seis horas da tarde
Passou toda a noite
Não veio na hora do sol raiá
Deram com o corpo de Pedro
Jogado na praia
Roído de peixe
Sem barco sem nada
Num canto bem longe lá do arraiá
Pobre Rosinha de Chica
Que era bonita
Agora parece
Que endoideceu
Vive na beira da praia
Olhando pras ondas
Andando rondando
Dizendo baixinho
Morreu, morreu, morreu, oh...
O mar quando quebra na praia
PARÁFRASE: “O MAR” (DORIVAL CAYMMI)
O
mar se apossou de Pedro durante a noite de pescaria e ao devolvê-lo para
Rosinha na praia, já não servia roído de peixe, o Pedro já não vivia.
Pobre
Rosinha que era tão bonitinha, isso de mais nada lhe servia, a dor da perda de
Pedro parece que a enlouqueceria.
ANÁLISE “O MAR” (DORIVAL CAYMMI)
O
autor demonstra a beleza, os perigos, os mistérios, os medos e incertezas, o
sustento da vida e as dores que essa imensidão nos propicia: “O mar”. Os
personagens Pedro e Rosinha de Chica vivem um drama: Nesse contexto vivido por
eles, Dorival evidencia com tamanha magnitude, a grandeza e a força do mar,
contrapondo com a miudeza e fragilidade do homem em querer pertencê-lo. O mar é
fonte de sustento para pescadores, pais de família; sendo ainda incerteza,
alegria e as vezes dor para mulheres, mães, filhos, avós e amigos; para alguns
outros o mar é sinônimo de prosa e poesia: compositores, artistas, poetas.
Por Angela de Jesus.